6 cuidados que um CEO deve tomar ao usar redes sociais

Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro

6 cuidados que um CEO deve tomar ao usar redes sociais

O Facebook é a maior rede social do mundo, e não é à toa. De acordo com os dados mais recentes, são mais de 1,65 bilhão de usuários ativos todos os meses na plataforma. Com tudo isso, claro, a rede se tornou uma gigantesca oportunidade para negócios, com empresas, veículos e serviços intensificando cada vez mais sua presença e garantindo o contato direto com seus consumidores e clientes.

Por: Felipe Demartine

Nesse ensejo, a figura do CEO acaba presa em um paradoxo meio esquisito. Ele é, claro, uma pessoa de verdade, com todas as opiniões e comportamentos de um ser humano normal. Ao mesmo tempo, sua imagem também acaba se misturando à da empresa que ele dirige, e, muitas vezes, a divisa entre o que é pessoal e corporativo acaba se tornando um pouco embaçada.

De um lado, está o escrutínio gigante da imprensa, concorrentes, clientes e, principalmente, dos próprios funcionários. Por outro lado, como aponta Alexandra Samuel, jornalista de tecnologia e autora do livro Work Smarter with Social Media, ainda inédito no Brasil, um bom uso das redes sociais pode auxiliar não apenas a promover o crescimento de uma empresa, mas também dar um ar mais humano e próximo ao sempre feroz mundo dos negócios.

Os erros e acertos estão por todo lado. Por isso, compilamos aqui uma série de boas práticas e equívocos comuns que podem acontecer quando um CEO decide utilizar uma rede social como qualquer um de nós.

1. Encontre o equilíbrio entre ausência e constância

Os dois erros mais comuns apontados por Samuel são o “usar demais” ou “estar completamente de fora”. Para um CEO, ignorar completamente uma ferramenta como o Facebook é estar desconectado do mundo e não ser familiar com a forma pela qual as pessoas mais se relacionam hoje em dia. Isso significa permanecer alheio de discussões correntes, tendências de comportamento e, acima de tudo, noções sobre o andamento do mercado e de seus próprios clientes. Por outro lado, utilizar o Facebook como qualquer pessoa comum pode parecer estranho. Já que, para um CEO, a responsabilidade corporativa se mistura com a figura pessoal, ele pode fazer uso disso nas redes sociais, mantendo uma presença humana em um local público na mesma medida em que evita cometer deslizes que possam levar a imprensa ruim ou comentários inflamados de clientes. De acordo com a especialista, o perfil de um CEO precisa ser atualizado pelo menos uma vez por semana – mas o ideal é que ele seja utilizado de forma natural, com postagens uma ou mais vezes por dia. O que define a quantidade de publicações é a relevância do conteúdo. Ele pode falar de negócios, claro, mas também é interessante comentar sobre acontecimentos pessoais – um aniversário de casamento ou a participação em um evento esportivo –, criando uma imagem mais humana e com a qual os seguidores podem se identificar.

2. Tenha sua própria voz…

Levando em conta a rotina estressante, conturbada e muitas vezes cheia de segredos de um CEO, é comum não encontrar tempo para atualizar uma rede social. Nesse caso, a maneira mais simples encontrada pelas empresas é contratar uma equipe especializada, que cuide do perfil e faça as postagens em nome do usuário. Entretanto, é importante ficar atento para não transformar o espaço pessoal em uma plataforma corporativa. Caso os usuários queiram saber as novidades da empresa, eles podem sempre seguir a página oficial dela. No perfil do CEO, estão em busca de um algo a mais. Sendo assim, a dica do equilíbrio, citada acima, também vale aqui – não há problema em utilizar uma equipe, desde que, claro, ela não seja o centro da atividade social. Um bom caminho é escolher alguns tópicos de interesse pessoal e publicar sobre eles – um livro lido, a banda favorita ou aquele musical que está em cartaz no teatro da cidade – de maneira bem pessoal. Por outro lado, o ideal é evitar publicações que não agreguem conteúdo ou sejam totalmente frívolas. Portanto, CEO, o ideal é que você comente sobre aquele filme legal que você assistiu na Netflix, mas não compartilhe uma compilação de gatinhos com medo de pepino, por mais que tenha a achado muito engraçada.

3. Mas tome cuidado com publicações pessoais

Na hora de dar um caráter mais humano ao perfil, entretanto, é preciso delimitar certas barreiras, e a principal delas é: cuidado com as opiniões. Como já comentamos, o perfil de um CEO sem muita responsabilidade sobre o que diz publicamente pode ser um terreno fértil para jornalistas em busca de polêmicas ou clientes procurando encrenca. É importante nunca se esquecer que a imagem do diretor sempre irá se confundir com sua pessoa, por mais que ele próprio não concorde com isso e faça questão de exemplificar isso. E, nesse sentido, um projeto inclusivo de uma companhia pode ir totalmente para os ares caso o CEO faça, em seu perfil pessoal e mesmo que de forma completamente desvinculada à empresa, uma publicação que possa ser considerada preconceituosa. Lembre-se, é ele quem está à frente de tudo e um caso como este pode acabar sendo entendido como hipocrisia. E esse é apenas um exemplo de inúmeras situações que podem ocorrer. Portanto, o ideal é assumir um tom leve e descompromissado, que seja pessoal o bastante, mas não a ponto de efetivamente confundir as coisas. Como aponta Samuel, a principal noção que os CEOs precisam ter ao usar qualquer rede social é: seu post pode acabar estampando a capa dos jornais de amanhã. E, se for assim, qual é o tipo de mensagem que você deseja passar?

4. Evite a “ostentação”

Aqui, mais uma vez, estamos falando de publicações pessoais, mas de um caráter bastante específico a ponto de merecer um item a parte. O CEO deve evitar ao máximo compartilhar informações pessoais sobre o carro novo que adquiriu, aquela viagem luxuosa, mesmo que feita a trabalho, ou a cobertura lindíssima que adquiriu utilizando o último bônus de final de ano. Esse tipo de publicação pode soar mal, principalmente junto aos funcionários e em casos em que a empresa tenha passado por processos de reorganização ou demissão. Imagine o sentimento de um colaborador que teve um projeto descartado por falta de recursos vendo, imediatamente depois, o diretor da empresa rodando por aí em um carrão importado. Por isso, caso queira compartilhar imagens pessoais desse caráter, o ideal é que o CEO utilize sistemas de listas, que restrinjam as publicações a grupos específicos de usuários, como amigos pessoais, por exemplo. Nem todo mundo precisa ver todas as postagens realizadas. Não caia, entretanto, na armadilha dos perfis fechados, já que fazer isso é o mesmo que não ter uma presença na rede social, além de passar a impressão de que ali há algo a ser escondido. Ao mesmo tempo, não utilize contas separadas para fins corporativos e pessoais, também por motivos que já foram apontados acima.

5. Não invada a privacidade dos funcionários

Por mais que o CEO não possa pensar em uma rede social como um espaço totalmente pessoal, isso não vale para todas as outras pessoas. Sendo assim, enquanto ele precisa tomar uma série de cuidados, seus colaboradores devem estar utilizando o Facebook, por exemplo, para falar com amigos e manter contato com a família, elementos, muitas vezes, que gostariam de manter separados de sua vida no trabalho. Sendo assim, é importante que o CEO não adicione seus funcionários nas redes sociais, mas aceite os pedidos que vierem deles – afinal, a iniciativa partiu dos próprios colaboradores, e isso pode criar um ambiente de animosidade. Ao mesmo tempo, o ideal é que o diretor da companhia não comente livremente nas publicações dos amigos, a não ser que seja explicitamente convidado a fazer isso por meio de uma marcação ou conversa informal, por exemplo. E se a separação entre vida corporativa e pessoal dificilmente existe para o CEO, ela deve ser absolutamente respeitada para os funcionários. Isso quer dizer que publicações nas redes sociais ou conversas realizadas por lá, mesmo que de maneira pública, não devem ser levadas para o ambiente de trabalho. O que um colaborador faz fora do horário de expediente não diz respeito aos chefes, a não ser, claro, que as atitudes tenham um reflexo muito claro – e negativo – sobre a companhia.

6. Gere discussões

Como falamos no começo, estar fora do Facebook ou outra rede social é permanecer alheio a tendências, comportamentos e discussões. A presença de um CEO, entretanto, pode servir não apenas como uma representação física de uma empresa nesses espaços, mas também como uma forma de descobrir novas oportunidades de negócios. Aproveitar o contato direto com o público que tais sistemas proporcionam pode ser fundamental para o crescimento. Pedir opiniões, por exemplo, pode ajudar o diretor de uma empresa, que muitas vezes trabalha de forma distante dos departamentos operacionais, a conhecer exatamente o que está acontecendo com colaboradores e clientes. Perguntar, por exemplo, a melhor experiência que um consumidor já passou em uma de suas unidades ou ideias para melhorar o atendimento podem trazer não apenas sugestões interessantes, mas também dar uma noção da reputação da marca. Outras atitudes também podem gerar empatia. Deseja doar para uma instituição de caridade ou patrocinar um evento? Peça indicações a seu público, e caso uma seja aceita, faça questão de demonstrar isso, como uma forma de apontar que o feedback de clientes e funcionários realmente é levado em conta, além de gerar um sentimento de transparência.

Fonte: CanalTech

Texto original:
http://corporate.canaltech.com.br/dica/redes-sociais/seis-cuidados-que-um-ceo-deve-tomar-ao-usar-redes-sociais/