Fast Data: a mais recente tendência da tecnologia de dados
Imagine se você você capaz de saber o que está acontecendo em cada um dos milhões de automóveis que circulam pela cidade de São Paulo. As condições do motor, o nível de desgaste do pneu, a quantidade de combustível no tanque e por aí vai… seria uma quantidade gigantesca de dados. Só que esses são dados chamados estruturados. Ou seja, eles podem ser medidos e são relativamente organizados. A quantidade combustível, para ficar no exemplo, é medida em litros.
Agora imagine conseguir ouvir o que cada um dos motoristas e passageiros está falando ou pensando quando está dentro dos seus carros. Uma montanha de dados ainda maior. Só que, para piorar as coisas, esses dados não têm estrutura – não dá para medir o conteúdo da fala das pessoas. No máximo, dá para tentar identificar padrões. Nesse caso, é o que os técnicos chamam de dados desestruturados. O exemplo do carro serve para o mundo virtual, onde dados estruturados e dados desestruturados se misturam. Dá para imaginar a quantidade de dados gerada em apenas 1 minuto na internet, por exemplo?
Recolher e analisar esses dados se tornou obsessão para a indústria de tecnologia. Isso porque a capacidade de tirar algum sentido deles vale dinheiro. Muito dinheiro. Dito assim, de modo geral, esse é o conceito do Big Data – que você talvez já tenha ouvido falar. Agora, graças a computadores e softwares mais e mais poderosos, o desafio é compreender esses dados em tempo real. Nada de esperar pelo resultado da análise. O barato da vez é tirar conclusões ao mesmo tempo em que tudo acontece. A nova tendência foi batizada de Fast Data.
Ferramentas de Fast Data devem se tornar fundamentais para as estratégias de marketing de empresas de diferentes setores; para citar alguns exemplos, não é difícil imaginar ações utilizando informações sobre o comportamento de seus clientes em tempo real para empresas de telecomunicação, operadoras móveis, call centers e e-commerces.
Um banco, por exemplo, poderia identificar quando um cliente estivesse utilizando seus serviços online, determinar seu comportamento e, em tempo real, fazer uma oferta específica para aquela pessoa. Uma operadora de cartão de crédito, ao identificar que um consumidor está utilizando o cartão em um shopping, também poderia enviar imediatamente para o celular ofertas de outras lojas parceiras ao seu redor usando sua geolocalização.
A análise de informações em tempo real se dá em dois momentos: no primeiro, o sistema já entende o contexto daquela informação e cria uma análise comportamental com base nas informações da sua solução de Big Data.
Um dos maiores e-commerce do Brasil já usa o Fast Data há algum tempo; o usuário navega na loja online e consulta diversos modelos de tênis. Em um segundo momento, quando ele retornar ao site, a solução de Big Data já sabe quem é aquele usuário e quais produtos ele procurou da última vez. A ação de Fast Data entra quando – em questão de segundos, enquanto a página ainda carrega, o site mostra ofertas de pelo menos três modelos que provavelmente vão interessar àquele cliente.
A tecnologia ainda é extremamente nova, mas a gente deve começar a ouvir falar cada vez mais sobre Fast Data; e, ainda assim, já existe uma série de soluções sendo usadas mundo afora.
Outro exemplo bem interessante de aplicação de Fast Data foi utilizado durante muito tempo pelo governo dos Estados Unidos. Com uma base de dados de Big Data sobre conversas telefônicas de terroristas após os atentados de 2001, uma ferramenta de uso exclusive do FBI analisava em tempo real milhares de conversas telefônicas e emitia um alerta caso aquela chamada fosse identificada como suspeita de terrorismo. Hoje esta tecnologia é aberta para inúmeras aplicações mais próximas da nossa realidade.
Se 2014 foi o ano do Big Data; 2015 é o ano do Fast Data. Muita velocidade, análise em tempo real e tomada de decisões praticamente instantâneas. Não deixe de acompanhar os capítulos dessa história aqui no Olhar Digital.
Fonte: Olhar Digital
Texto original:
http://olhardigital.uol.com.br/pro/video/fast-data-a-mais-recente-tendencia-da-tecnologia-de-dados/47485