Quaisquer que sejam as razões por trás da transformação, uma parte essencial é a migração de dados dos ambientes antigos para os novos.

Por: Marcelo Araujo.

Transformação é a palavra do momento no mundo dos negócios. E o uso dessa palavra é excessivo. Mas, quando se trata do que está acontecendo com os aplicativos corporativos de empresas do mundo todo, ela é certamente a mais adequada.

Essa transformação é necessária quando a empresa muda de um aplicativo para outro, como de SAP para Oracle ou vice-versa. Ou quando atualiza para a versão mais recente de um aplicativo ERP – ou para implementar o gerenciamento de dados mestres (MDM). Enfim, a integração sempre faz parte da transformação de aplicativos, garantindo que novos sistemas conversarão com os sistemas existentes e vice-versa.

Quaisquer que sejam as razões por trás da transformação de aplicativos, uma parte essencial de qualquer iniciativa é a migração de dados dos ambientes antigos para os novos. A triste realidade é que tais projetos frequentemente excedem consideravelmente os orçamentos iniciais ou causam impactos nas datas de entrega. Para evitar esses excessos e outros possíveis contratempos seguem abaixo dez melhores práticas que você certamente gostará de conhecer antes de iniciar sua jornada.

1. Entenda as dependências entre processos e entre aplicativos – Os dados não são estáticos. Eles fluem pela organização, por vários aplicativos e por incontáveis processos de negócios. Se você não conhecer os fluxos de dados e as dependências entre eles, certamente fracassará durante a transformação de aplicativos. Mesmo quando os proprietários de aplicativos são mestres em seus próprios domínios, se não entenderem os fluxos de dados de/para outros aplicativos, eles não serão capazes de desvendar o impacto pós-produção de todas as alterações que fizerem.

2. Limpe e padronize os dados – Agora que você conhece o fluxo de dados, é preciso verificar se eles estão limpos e padronizados em todos os aplicativos. O velho ditado “entra lixo, sai lixo” ainda é tão relevante no mundo das comunicações móveis (sempre conectadas e on-line) como era nos dias de mainframe. Os problemas de qualidade de dados são extremamente comuns.

Muitas vezes, nos registros do cliente, faltam endereços e sobram números de telefone ou CEP incorretos. Se você não tiver cuidado, esses dados “sujos” entrarão no novo aplicativo e serão propagados por toda a empresa, fazendo com que os executivos tomem decisões com base em informações incorretas. Portanto, é essencial limpar e padronizar os dados antes de tentar transformar seu aplicativo.

3. Durante o projeto do novo aplicativo, crie mecanismos de integração e acesso aos dados para evitar que os dados fiquem isolados – O isolamento dos dados ocorre quando eles não são acessíveis, pois estão em um silo de aplicativos e não podem ser compartilhados facilmente com outros aplicativos. Devido à crescente ênfase na melhoria da eficiência operacional, as análises estão migrando para os aplicativos operacionais. Para que os gerentes de linha de frente obtenham o tipo de visibilidade que lhes permita reagir de forma mais oportuna às novas tendências, eles precisam de acesso em tempo real aos dados.

Em aplicativos ou plataformas legadas, em que a integração de dados não era inicialmente considerada, a concessão de acesso aos dados exigia personalizações que envolviam longos ciclos de desenvolvimento. Hoje, esses ciclos são considerados inaceitáveis. O acesso em tempo real é a nova norma. Como conseguir isso? Crie interfaces abertas e com pontos de integração em seu novo aplicativo para que os dados possam voltar facilmente para os aplicativos existentes, até mesmo para os legados. E crie esses pontos com o objetivo de integrar ainda mais, no futuro, os dados de aplicativos que você talvez ainda desconheça no primeiro momento.

4. Sincronize aplicativos e data warehouses existentes usando os dados mais atuais – Quando chega o momento de incluir dados no novo aplicativo, você quer ter certeza de que está migrando os dados mais atuais dos “sistemas de cadastramento” corretos da sua organização. Em muitos casos, esses sistemas dependem de outros (veja a Melhor prática 1). Até mesmo os sistemas transacionais, que teoricamente são atualizados o tempo todo, podem depender de dados de aplicativos externos. Por esse motivo, é preciso sincronizar todos os dados relevantes de aplicativos e data warehouses existentes antes de migrá-los para o novo aplicativo transformado.

5. Classifique os dados e defina seus requisitos de retenção e privacidade – Em muitos projetos para substituição de aplicativos, você desativa aplicativos que ficaram redundantes ou ultrapassados, mas que ainda darão algum tipo de suporte para processos de negócios. Mas isso cria desafios, porque por razões de conformidade podem exigir que os dados atualmente armazenados nesses aplicativos fiquem arquivados e armazenados por um longo período.

No passado, as empresas geralmente usavam a idade dos dados como uma forma de determinar se deviam ser mantidos ou não. Hoje, isso não é uma opção, pois as empresas estão sob fiscalização para aumentar a segurança de dados e retê-los em cumprimento às normas de conformidade. Planejar com antecedência uma estratégia de classificação de dados eficaz e econômica é, portanto, uma ação indispensável durante a transformação de aplicativos.

6. Potencialize um processo automatizado de provisionamento de dados de teste – O teste é uma parte essencial do processo. É também a que mais consome tempo e muitos recursos. Se a sua organização tem vários projetos de desenvolvimento de aplicativos em andamento, isso pode significar dezenas de milhões de reais em recursos de teste, que poderiam ser utilizados com mais eficácia em outras atividades. E o mais importante, a geração manual de scripts para criar dados de teste é passível de erros.

7. Potencialize o MDM para fornecer uma única fonte consistente de dados mestres – A migração de dados nunca é um evento ocasional. Ainda assim, é muito frequente que seja tratada como uma tarefa isolada, elevando os custos. Usando o gerenciamento de dados mestres (MDM), as empresas podem minimizar os riscos e agilizar a migração de dados. Você deve escolher uma solução MDM que limpe, padronize e aprimore dados sujos; remova duplicidades e crie uma única versão da verdade; e gerencie centralmente as regras de limpeza de dados – tudo isso durante o estágio de pré-migração.

8. Conheça sua equipe de integração de dados e as ferramentas que ela utiliza – Esta é uma prática importante, mas frequentemente negligenciada. Conhecer os conjuntos de habilidades dos membros dessas equipes e as ferramentas que essas pessoas planejam usar para a integração. Afinal, o fato de alguém ser especialista em um determinado aplicativo não garante que conseguirá transformar dados para um novo aplicativo e ainda será capaz de preservar dados limpos, seguros e conectados.

9. Planeje o encerramento de aplicativos legados no momento da entrada em operação – Somos todos criaturas de hábitos. Portanto, uma forma de assegurar a rápida adoção do novo aplicativo é cortar o mal pela raiz. Não permita a execução paralela de aplicativos redundantes. Depois de migrar seu aplicativo desative o antigo. O motivo? Os usuários só adotarão o novo aplicativo se o antigo não estiver mais disponível.

10. Particionamento inteligente para garantir o desempenho de aplicativos – É fato que os volumes de dados estão aumentando. Considerando-se que os orçamentos de TI já estão esticados, a compra de mais hardware com maior capacidade para manter o desempenho não é uma opção. Algumas organizações arquivam dados com base em um esquema de classificação para minimizar o peso deles nos sistemas. Mas isso nem sempre é útil, pois os volumes de dados ativos remanescentes ainda são grandes. A resposta? O particionamento inteligente envolve a organização física dos dados nos bancos de dados para otimizar o desempenho. Quando usamos uma solução automatizada, as partições podem ser criadas com base em qualquer número de parâmetros ou de regras complexas – o que fizer sentido para as solicitações dos usuários.

Fonte: ComputerWorld.

Texto original:
http://computerworld.com.br/dez-coisas-que-voce-precisa-saber-antes-de-modernizar-seus-aplicativos