Teste de aplicações: Evite que o barato saia caro
Por: Henrique Pereira Alves
Quem realmente entende do negócio vai ajudar a impedir que os custos do desenvolvimento e implementação do software se multipliquem
Fim e começo de ano. Época de Black Friday e de grandes promoções, seja para o período do Natal e para liquidar a grande quantidade de itens em estoque, seja para facilitar o pagamento por parte dos consumidores; consumidores esses cada vez mais exigentes e digitais. Esse é o período do ano em que, devido ao maior número de ofertas, sites ficam fora do ar por conta do grande número de acessos, pedidos feitos via internet não chegam no prazo, talvez porque o pagamento feito via aplicativo web do banco não tenha sido reconhecido no tempo que deveria.
E agora você se pergunta: esses processos não são testados antes de irem ao ar? Por que quase sempre os sites de ingressos caem quando são iniciadas as vendas dos convites de populares festivais musicais? A resposta: falha no processo de teste das aplicações.
O testing applications representa 30% do ciclo de desenvolvimento do software, e é aplicado para garantir, além da performance, a qualidade do que foi implementado ou alterado. O aplicativo, web ou móvel, precisa, por exemplo, rodar conforme os requisitos do sistema, processar a quantidade de registros que precisa processar, e deve também funcionar corretamente com o acesso simultâneo seja de dez ou cinco mil usuários.
Pode parecer óbvio pensar no fato de que aplicativos precisam ser testados antes de serem disponibilizados para uso. Acontece que se ainda hoje vemos falhas durante o acesso a sites de e-commerce; se o seu cartão de crédito falha quando sua compra é realizada em períodos de datas especiais ou se o seu DOC não foi creditado na data certa, é porque algo ainda está errado.
E essa quantidade de atividades e transações não atinge apenas o consumidor, mas é um ciclo bastante complexo e que impacta uma série de processos se acontece de maneira incorreta. Se por acaso o seu banco não processar algum pagamento, pode ser que o seu carro perca o seguro, já que no sistema da seguradora não vai constar o crédito da mensalidade. Além de perder o seguro, a empresa pode perder o cliente.
Automação de Testes
Imagine que o governo criou uma nova legislação para o setor financeiro, e essa nova ação pode impactar o modo como os bancos concedem crédito aos seus clientes, o que, por consequência do ciclo dos aplicativos, vai gerar uma mudança no sistema de risco e em todos as outras aplicações que ‘conversam’ com esse sistema. Nesse caso, os custos são altos e a quantidade de pessoas necessárias para realizar os testes também. Mas isso é possível de controlar, sabendo de mudanças regulares nesses aplicativos, o melhor a fazer é utilizar uma ferramenta de automação, para que a companhia não tenha que dispensar tempo e mão de obra em horário não-comercial para testar um montante de aplicações.
A cultura do generalista
Fora do país o termo testing applications já é bastante reconhecido, mas no Brasil, tradicionalmente, não temos pessoas especializadas em cada frente, o que temos são posições muito generalistas dentro das empresas, geralmente o desenvolvedor é o responsável por criar a documentação, falar com o usuário final, interage com outras áreas, mas não domina a prática de testes, então esse profissional não pode garantir a qualidade do produto que vai entregar. E por isso as grades empresas têm começado a olhar a prática de testes com outros olhos, sabendo também, claro, que uma falha identificada na fase de requisitos tem um custo, na fase de desenvolvimento esse valor é dobrado e, ao fim do processo o valor seria muito maior. Então quanto mais tarde do ciclo de vida do software for localizada a falha mais caro o software vai custar.
Fonte: Computerworld
Texto Original:
http://computerworld.com.br/teste-de-aplicacoes-evite-que-o-barato-saia-caro