Cinco perguntas que todo líder de TI deveria se fazer sobre o futuro

Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro

Cinco perguntas que todo líder de TI deveria se fazer sobre o futuro

Executivos separaram as cinco perguntas que consideram as mais importantes para pensar o futuro da tecnologia da informação.

perguntasO mundo dos negócios passa por um período interessante. Cada vez mais, as tecnologias da informação ganham espaço no quotidiano das pessoas. Com base nisso, as empresas tentam se adaptar a esse cenário emergente. A seguir, separamos cinco perguntas que todo líder deveria se fazer sobre o futuro da TI.

Transição e trajetória: o que é mais importante?

Em tecnologia, é muito importante distinguir entre as narrativas de trajetória e a realidade das transições: a Lei de Moore e a Teoria das Mudanças Aceleradas são histórias de trajetória; o virtual desaparecimento da Nokia na área de consumo é um caso de transição.

A empresa era líder em um mercado de massa (aparelhos celulares), com 60% de market share. O mercado de telefones para consumidor era caracterizado por altos custos fixados e retornos para ser dimensionado — além de ser altamente regulado, globalizado e complexo. Mesmo assim, em menos de cinco anos a indústria foi dominada por um competidor com nenhuma experiência em telefones.

A Nokia não se fez as perguntas certas a respeito do futuro. Seus líderes compreendiam trajetórias tecnológicas, mas ignoravam as transições.

O que podemos aprender com o Google Glass?

Durante o frenesi da bolha da internet, estrategistas ouviram que se iniciava um novo padrão, ao qual nenhuma das antigas regras se aplicava. Acabou que alguns desses padrões permaneceram, um deles toca o ciclo de adoção associado aos produtos tecnológicos.

Historicamente, a maior parte das inovações tecnológicas nasce em mercados verticais. Como exemplo, os especialistas citam aparelhos de gravação de vídeo, que tiveram seu protótipo e refinamento testados em setores específicos antes de serem oferecidos ao público.

Vamos pegar agora o exemplo do Google Glass, que inicialmente foi direcionado aos consumidores finais a um preço (US$ 1,5 mil) mais indicado ao mercado corporativo. “Enquanto o Google brincava com o Glass, a Apple desenvolveu a extensão perfeita para os smartphones em forma de relógio”, expõe Tim Bajarin, analista do Vale do Silício.

Pensando assim, ao olhar para o futuro é importante se perguntar o que não fazer na hora de criar um produto para o consumidor final.

Compramos produtos e serviços para quê?

É consenso que 95% dos produtos novos falham. Clayton Christensen, professor da Harvard Business School, acredita que a taxa de fracasso pode ser reduzida de forma significativa se as equipes de desenvolvimento de produtos e serviços passarem a encará-los como uma maneira de se realizar um trabalho. Nas palavras do professor: “Nós contratamos produtos para fazerem coisas por nós”.

Christensen sugere o abandono das questões de segmentação do mercado, passando a adotar perguntas como “quais funções podem ser feitas?”.

Ter entre 18 e 35 anos com um diploma universitário não significa que você comprará um serviço, explica Christensen. “Isso pode ter ligação com a decisão, mas não é a causa. Nós criamos essa nova ideia porque queríamos entender o que realmente nos leva a comprar um produto, não os fatores secundários. Percebemos que o mecanismo causal por trás de uma aquisição é ‘Tenho um trabalho a fazer’. Acaba que ela é realmente eficiente em permitir a uma empresa que desenvolva produtos que as pessoas querem de fato comprar”.

Aplicando essa ideia ao Google Glass, por que uma pessoa compraria o dispositivo? Para ter acesso a informações sem usar as mãos em um smartphone? Fica o questionamento.

O sonho é alto o suficiente?

Vivemos num mundo de selfies, mas será que viveremos em um futuro de autoconsciência racional? Gerenciamento de identidade – não o estabelecimento de segurança e manutenção de acesso em redes, mas o exercício existencial psicológico de determinar quem somos – será um exercício em tempo real no futuro, já que as percepções de si mesmo podem ser limitantes.

Danuta Hübner, ministro de assuntos europeus da Polônia, se mostrou preocupado: “Nós continuamos a nos ver como um país pequeno quando, na verdade, a Polônia é grande. Nós deveríamos arcar com as responsabilidades que isso traz”, declarou.

A reflexão expõe o fato também de como as empresas encaram a si mesmas e seus futuros? O Uber é simplesmente um substituto em software para o monopólio local dos taxistas ou é uma empresa de software logístico?

Temos as habilidades que precisamos?

De acordo com o Departamento de Estatísticas Trabalhistas do governo norte-americano, até 2020 existirão 1,4 milhão de vagas no setor de computação e somente 400 mil estudantes para preenchê-los.

Segundo a consultora McKinsey, somente nos Estados Unidos há uma demanda não atendida que varia entre 140 mil e 190 mil vagas para pessoas com habilidades analíticas, além de uma carência de 1,5 milhão de especialistas capazes de compreender e tomar decisões baseando-se na análise de Big Data.

Seria, então, válida a criação de “universidades corporativas” pelas empresas, para garantir uma pipeline de habilidades necessárias?

Fonte: ComputerWorld.

Texto original:
http://computerworld.com.br/perguntas-que-todo-lider-de-ti-deveria-se-fazer-sobre-o-futuro26