A Inteligência Artificial na Era da Internet das Coisas

Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro

A Inteligência Artificial na Era da Internet das Coisas

Convergência entre IoT e IA oferece uma oportunidade sem precedentes para criar valor e construir um relacionamento forte com clientes.

Por: Marcel Benayon
iotJá está bastante claro para o mercado o que é Internet das Coisas – também conhecida como IoT – e como essa tecnologia já é algo cada vez mais presente no dia a dia das empresas. De acordo com um relatório da McKinsey & Company, até 2025 os dados de dispositivos conectados produzirão um montante gigante de informações que, quando analisados, conduzirão a um potencial econômico de mais de US$11 trilhões.

Certamente um cenário positivo e muito inovador. Não é para menos. Empresas de todos os portes querem entender como aplicar IoT no dia a dia de seus negócios. Para se ter uma ideia, um estudo conduzido pela IBM este ano mostrou que a Internet das Coisas está fazendo com que 71% dos líderes responsáveis pelas operações das companhias, os COOs, reavaliem seus modelos de negócios. Em outro levantamento da Big Blue, 91% dos líderes de negócios da indústria eletrônica dizem que a Internet das Coisas irá ajuda-los a redefinir as identidades de suas marcas.

Pois é, a transformação tecnológica está bem aí, expandindo-se cada vez mais e, felizmente, caminhando para uma intersecção com outra revolução: a inteligência artificial, que aplicada em IoT permitirá às empresas a criação de experiências valiosas, seja em inovação na gestão ou no desenvolvimento de produtos e serviços.

Na prática, conforme os objetos aprendem e se adaptam aos usuários, eles podem atuar como agentes de transformação. É importante dizer que a convergência entre a maturidade de IoT e inteligência artificial oferece uma oportunidade sem precedentes para criar valor e construir um relacionamento mais forte com clientes.

Para ilustrar melhor este cenário, vamos partir de um caso bastante simples: seu carro, que já possui diversos sensores – atualmente não conectados à internet – e manda informações apenas para o painel de bordo. Assim é possível, por exemplo, que você saiba que seu motor está apresentando problemas por uma simples luz que se acende no painel. Então, você leva seu veículo ao mecânico, que analisa a situação, gera um orçamento e, após sua aprovação, entra em contato com o fabricante para que este envie as peças necessárias para a manutenção, em um processo que levará – sendo otimista – alguns dias.

A partir do momento em que os sensores do automóvel estiverem conectados com a internet, e com a computação em nuvem, essas possibilidades são ampliadas. Informações capturadas por sensores se tornam mais úteis e podem ser mais bem aproveitadas, uma vez que o foco de informação não é somente o usuário final, mas também o mecânico. Quando apresenta problemas no motor, o automóvel informa o condutor e se comunica com outros sensores para ter mais informações sobre o ambiente no qual o problema está ocorrendo.

Desta forma, faz um filtro inicial e envia os dados necessários ao fabricante – que fará uma revisào utilizando tecnologias de análise de dados – de todos os seus automóveis em circulação – e poderá prover conclusões instantâneas, retornando ao usuário não somente o diagnóstico do problema, mas também as concessionárias mais próximas e o orçamento. Com a aprovação do motorista em seu próprio celular, as peças podem ser automaticamente solicitadas e enviadas ao local marcado e a manutenção agendada.

Este é apenas um [grande] exemplo para contextualizar o potencial destes serviços. Com o avanço da tecnologia, os sensores estão menores e mais baratos, ou seja, a transformação avança em passos largos. E isso não é diferente de quando falamos sobre “wearables”, ou “tecnologias vestíveis”, formadas por sensores acoplados em itens do vestuário e que podem monitorar informações sobre o usuário – seja para fins médicos, acompanhamento de exercícios físicos ou até em seu trabalho. Esses dispositivos, que coletam informações em tempo real, também vão mudar os rumos da análise de dados.

Uma das empresas que está na vanguarda da inovação em IoT é a Whirlpool, que já conta com muitos produtos conectados à internet. A companhia inclusive possui uma lavadora que, conectada a um aplicativo, consegue avisar ao consumidor qual o melhor momento para lavar roupas, mapeando as tarifas de luz oscilantes aplicadas em cada região. Isso permite ao usuário enviar um comando para a máquina ligar, de onde quer que ele esteja.

Outros equipamentos da mesma empresa, como a geladeira equipada com câmeras, permite ao indivíduo visualizar itens que estão faltando enquanto realiza suas compras no supermercado, ver a previsão do tempo ou sua lista de compras. A fabricante também comercializa um fogão que exibe várias dicas de preparo de alimentos.

Por trás de tudo que falamos até agora estão diversas tecnologias muito atuais – como computação em nuvem, analytics, big data. Entretanto, existe um tópico que não pode ser esquecido: a segurança da informação. Como sabemos, ao conectar dispositivos de forma autônoma, abre-se uma porta para que sistemas sejam invadidos.

Para trabalhar com temas relacionados à segurança, a fundação IoTSF, criada no final de 2015, está realizando pesquisas para tornar estes ambientes cada vez mais seguros. O levantamento da IBM revelou que, em IoT, o cenário não está dos piores. Mais de 50% das empresas se preocupam com os riscos de cibersegurança e a consideram como prioridade nos investimentos para os próximos três anos.

Parece que o mercado está mesmo preocupado em inovar. Acho isso incrível e sou um entusiasta. Os exemplos de utilização de IoT são infinitos e a tecnologia já está acessível a todos. E a ideia é que a transformação seja diária. Em um mundo de infinitas oportunidades, por que não vamos incentivar o desenvolvimento de tecnologias que nos ajudam, não é mesmo?

Fonte: ComputerWorld

Texto original:
http://computerworld.com.br/inteligencia-artificial-da-internet-das-coisas