Sete mitos sobre o mainframe
Sistema ainda é um dos mais confiáveis e disponíveis para escalar alto volume de dados com cargas de trabalho digitais
Por: John McKenny
O mainframe é o sistema mais confiável e disponível para escalar alto volume de dados com cargas de trabalho digitais. Ao longo do tempo, começou a ser visto como obsoleto e irrelevante para processamento de grande escala de dados em nuvem. Mas fato é que o mainframe se tornou mais importante do que nunca e deve manter seu posto durante a próxima década.
Essencial para infraestruturas de TI, essa tecnologia foi culturalmente associada à inteligência artificial, bastante difundida em clássicos do cinema, como “O Exterminador do Futuro” e “Matrix”. Agora, é hora de desvendar sete mitos do mainframe.
1. O mainframe está morto, ou em vias de.
Errado. Usuários de dispositivos móveis realizam cerca de 37 transações diárias e 91% de seus apps comunicam-se via mainframe. Isto significa que praticamente todas as operações de cartão de crédito, remessas e reservas de passagens aéreas incluem, pelo menos, uma interação com o mainframe. Em alguns momentos são criadas múltiplas interações. Deve-se considerar que em todas as vezes em que utilizo meu smartphone ou tablet para compras, o aplicativo aciona o mainframe para processamento de pagamento e efetivação da transação. Ironicamente, quanto mais móvel você é, mais integrado ao mainframe está.
2. Empresas poupam dinheiro ao substituir mainframes por cloud-computing ou infraestrutura de cluster de grande escala.
Errado. Um estudo revelou que em 18 dos 19 setores da indústria, as companhias que contavam primordialmente com mainframes para seu crescimento fizeram mais receita por cada dólar gasto em Infraestrutura de TI do que as companhias que se baseavam primordialmente em servidores commodities. Essas organizações apresentam, em média, custos 35% menores com infraestrutura geral de TI em comparação àquelas que dependem de servidores commodities.
3. O mainframe não é uma tecnologia moderna.
Errado. A IBM continua aumentando e modernizando seu mainframe com três novas gerações em produção. Mais importante do que isso, cada geração poderá processar dados mais rapidamente para atender as demandas de negócios digitais. Atualmente, o mainframe é acessado pela internet e por aplicativos móveis, desenvolvidos em Java e Linux. Possui, ainda, capacidade de processar 2,5 bilhões de transações diárias, permitindo criptografar em tempo real cada uma delas e em qualquer escala, além da realização de análises sobre as operações. Isso possibilita que as empresas digitais detectem fraudes em 100% das transações comerciais, tornando o mainframe essencialmente moderno.
4. Mainframe não é mais atraente, principalmente para a geração Y.
Errado. Muitas pessoas pensam que gerenciar dados no mainframe é um sofrimento quando, na realidade, já é possível acessa-lo pela internet e até via smartphone, onde há interfaces gráficas e rotinas automatizadas, o que os torna agradáveis para trabalhar em diversos ambientes. Também desmistificando a afirmação acima, mais de 100 universidades na América do Norte oferecem formação específica em mainframe devido à crescente demanda por profissionais da área. Quem já é graduado recebe boas propostas e avança rapidamente na carreira, uma vez que os baby boomers estão na fase da aposentadoria, criando ainda mais postos de trabalho.
5. O mainframe não é parte da nuvem e não pode ser utilizado para iniciativas de Big Data.
Errado. A nuvem permite acesso a dados e aplicações da internet quando armazenados em uma infraestrutura pública, privada ou híbrida. Se 91% dos aplicativos móveis interagem com mainframes, então são essenciais e fazem parte da nuvem. Adicionalmente, companhias baseadas em mainframes armazenam de 70 a 80% de seus dados neles. Elas também sabem que o acesso aos dados para análise e criação de serviços mais personalizados é consideravelmente mais rápido em mainframes, especialmente porque a quantidade de dados continua a aumentar, tornando-o essencial em estratégias de Big Data.
6. Não está acontecendo nenhum desenvolvimento de aplicação animador.
Errado. De acordo com uma recente pesquisa, 93% das organizações de mainframe disseram que o Java está crescendo – e o Java é a linguagem de escolha para escrever uma aplicação nova ou já existente. Notavelmente, 83% delas projetam estabilizar ou ampliar sua capacidade de mainframe, e 90% preveem longa permanência na plataforma.
7. Novos serviços digitais não dependem de mainframes.
Errado e, talvez, uma das maiores distorções. Explico. Os novos serviços digitais dependem fortemente do mainframe para um elevado volume de processamento transacional nos serviços financeiros (banco, cartão de crédito e negociações na bolsa), seguros (processamento de pedidos), transporte (ferroviário e entrega de pacotes de logística), viagens (cotação de tarifas e reservas) e muitos outros segmentos. Em 2017, cada cliente móvel irá realizar cerca de 50 transações diárias. O resultado de cada uma delas será a geração de cerca de 300 a 5 mil interações de mainframe. E este número só tende a crescer à medida que mais pessoas começarem a utilizar os dispositivos móveis como plataforma de computação primária tanto para vida pessoal quanto profissional.
Fonte: CIO
Texto original:
http://cio.com.br/tecnologia/2016/11/04/sete-mitos-sobre-o-mainframe/