Previsões para 2017: FaaS, contêineres, TI híbrida e muito mais
A SolarWinds acredita que esses palpites são bem seguros.
Por: Kong Yang
A cada ano que passa, fica mais interessante observar e dissecar a tecnologia, e 2016 não foi uma exceção. Mas estamos aqui para discutir a tecnologia da informação em 2017 e, na SolarWinds, esperamos que seja um ano empolgante. Isto é o que acreditamos que acontecerá.
1 – Abra espaço, SaaS: FaaS ganha velocidade
Os provedores de serviço de nuvem líderes do setor apresentaram uma nova forma de trabalhar na nuvem: Funções como serviço (FaaS). Essa nova categoria de computação em nuvem permite que os clientes desenvolvam, executem e gerenciem funcionalidades de aplicativos sem a dor de cabeça de arquitetar e supervisionar a infraestrutura de backend.
Lançado em 2014 pela AWS Lambda (embora nos últimos anos, soluções similares tenham sido oferecidas por Azure e Google Cloud Platform), o serviço é usado geralmente para criar aplicativos de microsserviços. Seu objetivo é reduzir a barreira do consumo para linguagens de programação desacoplando a arquitetura da plataforma, permitindo que profissionais de TI desenvolvam programas para realizar tarefas específicas sem infraestruturas adicionais. O surgimento de um novo capítulo na computação em nuvem sinaliza o ganho contínuo de maturidade do mercado de nuvem desde suas raízes como infraestrutura como serviço até PaaS, SaaS, FaaS e tecnologias posteriores.
Prevemos que, em 2017, mais serviços especializados, como FaaS, continuarão a proliferar, devido à eficiência direcionada que leva a uma melhor experiência e a uma estrutura de preços aprimorada. A capacidade de executar quase qualquer tipo de aplicativo ou função, sem nenhuma administração de infraestrutura pelo profissional de TI, é bastante atraente. Novos serviços provavelmente se concentrarão nesses benefícios.
2 – Clareza sobre contêineres
Contêineres de empresas como Google, Docker, CoreOS e Joyent continuarão a ser uma importante área de discussão no espaço da computação em nuvem. No ano passado, organizações em todos os principais setores, desde finanças até comércio eletrônico, demonstraram interesse em contêineres como um novo método empolgante de operar a virtualização de sistemas. Entretanto, esse maior conhecimento do setor levou a uma onda de adoção rápida sem a compreensão fundamental das diferenças entre contêineres e máquinas virtuais.
Apesar de muitos usuários iniciais os implementarem assim, os contêineres não são substitutos essenciais das máquinas virtuais. Em poucas palavras, um contêiner consiste em todo um ambiente de tempo de execução — um aplicativo, suas dependências, bibliotecas e outros binários e os arquivos de configuração necessários à sua execução — em um único pacote projetado para uso leve e de curto prazo. Quando implementados corretamente, os contêineres possibilitam ambientes de desenvolvimento muito mais ágeis e portáteis.
Prevemos que, em 2017, os departamentos de TI em geral finalmente compreenderão melhor os conceitos fundamentais da tecnologia de contêiner e como eles podem ser utilizados de forma realista e adequada para operações de TI ao lado da infraestrutura virtual. Por exemplo, ao empacotar cargas de trabalho em contêineres, que podem ser criados muito rapidamente em outras plataformas de fornecedor se necessário, os profissionais de TI podem reaver parte do elemento de gerenciamento e controle dos SLAs de infraestrutura de nuvem pública. Os adeptos iniciais que implementaram a conteinerização nos últimos anos, provavelmente sem uma estratégia específica em mente, também precisarão reavaliar suas implantações iniciais para determinar se estão percebendo algum benefício significativo.
A proliferação de contêineres como uma estratégia de computação nos departamentos de TI causará maiores preocupações com a segurança — como o risco de vários contêineres sofrerem ataques de hackers por meio de um único núcleo de sistema operacional de host e, de forma similar a VMs, se espalharem — e a necessidade de profissionais de TI que sejam habilidosos em codificar linguagens específicas relacionadas à conteinerização.
3 – Violações de dados em alta (novamente)
Parece que violações de dados sempre nos vêm à mente em previsões para o próximo ano, mas a preocupação cresce com o passar do tempo. Só no mês passado, houve o anúncio de que, em 2014, a Yahoo! foi vítima da maior violação de dados da história, perdendo dados pessoais de usuários de quase 500 milhões de contas para os invasores. Essa tendência não mostra nenhum sinal de desacelerar.
Prevemos que, em 2017, haverá aumentos exponenciais no volume e na visibilidade das violações de dados, particularmente para grandes corporações.
No próximo ano, mais empresas também começarão a avaliar o volume e a gravidades desses ataques sobre os dados. Para combatê-los, prevemos uma nova safra de empresas de segurança de informações ingressando no mercado para fornecer orientação sobre o teste de penetração e outros conhecimentos especializados sobre segurança.
Ao mesmo tempo, esse aumento nas violações de dados obrigará as organizações a avaliarem as implicações da possível perda de dados em relação ao gasto de contratar especialistas em segurança. Em muitos casos, em 2017 as empresas escolherão assumir um risco calculado sobre o que podem “se dispor a perder” em vez do que custa evitar totalmente a perda de dados. Essa resposta será especialmente verdadeira no caso de ataques de ransomware, nos quais é quase impossível garantir que os hackers não vazarão ou revelarão os dados roubados mesmo após terem recebido o pagamento do “resgate”.
Por fim, as corporações e os profissionais de TI devem ficar muito atentos à maior capacidade dos invasores de aproveitarem a automação. A velocidade e a facilidade com que uma violação de rede automatizada pode ocorrer são algo novo e acabarão contribuindo para tornar as violações de dados corporativos uma coisa ainda mais comum em 2017.
4 – Blockchain: usar ou não usar?
Blockchain, uma tecnologia de contabilidade ponto a ponto que começou com o bitcoin, ganhou a atenção das instituições financeiras há alguns anos, mas, em 2016, a tecnologia se expandiu além dos limites do setor. Numa época em que as empresas estão tendo dificuldades em lidar com o gerenciamento e a segurança dos dados, o blockchain fornece uma solução aparentemente perfeita. Os casos de uso de cadeia de fornecimento, por exemplo, estão agora sendo testados e implementados para garantir a segurança e a integridade das informações associadas a esses processos.
Em 2016, um grande número de empresas – em especial, financeiras e organizações – começou a testar o blockchain em ambientes de laboratório, mas, apesar disso, poucas o estão usando na prática. Um dos obstáculos é o consenso em torno de um protocolo comum, que ainda precisa acontecer. O outro obstáculo, é claro, resulta da falta de práticas de segurança comprovadas, principalmente para organizações financeiras.
Prevemos que, em 2017, o blockchain ganhará força como palavra da moda e muito mais pesquisas serão direcionadas à tecnologia e à sua funcionalidade, embora seja improvável a possibilidade de implementar prontamente algum novo recurso significativo. Entretanto, 2018 demonstrará ser muito mais ativo quanto à descoberta pelas empresas de formas de aproveitar a tecnologia de contabilidade de dados para resolver problemas de gerenciamento de dados.
5 – Mudança das funções de TI
Como as funções de TI tradicionais baseadas em silo — administradores de rede, administradores de armazenamento, administradores de sistemas, administradores de banco de dados e outros — continuam a assumir novas responsabilidades, como o trabalho com provedores de serviço de nuvem em ambientes híbridos, a implementação de novas tecnologias, como contêineres e microsserviços, e a atuação como contato de TI com líderes de negócios, o ano de 2017 sinaliza o retorno da era da educação e da certificação.
A capacidade de aprender rapidamente novos conceitos e habilidades de TI será mais importante do que ser especialista em qualquer tecnologia isolada. Embora os especialistas em silos que gerenciam partes separadas da infraestrutura e da pilha de aplicativos tenham desempenhado um papel fundamental no departamento de TI tradicional, o data center moderno está mais interconectado do que nunca. Como resultado, os generalistas de TI – que conhecem um pouco de tudo e têm um entendimento holístico da pilha de aplicativos, podendo tomar decisões rápidas e informadas sobre a nova tecnologia – serão particularmente bem-sucedidos em 2017 e nos anos seguintes.
Mais especificamente, a introdução de novas tecnologias baseadas em máquina ao lado da adoção continuada de uma cultura de DevOps, que incentiva um departamento de TI não estruturado em silos, exigirão que os profissionais de TI se concentrem no desenvolvimento de novos conjuntos de habilidades e certificações para operar e gerenciar data centers de última geração:
· O ataque das máquinas: A integração das novas tecnologias baseadas em máquinas como bots e inteligência artificial, que buscam automatizar processos básicos e funções de pesquisa, vão exigir a introdução de novos processos de gerenciamento e monitoramento. Para as organizações que escolherem aproveitar essa tecnologia, os profissionais de TI devem determinar não só qual equipe ou administrador precisará ser responsável pela implantação e manutenção dessa tecnologia, mas que padrões de monitoramento devem ser aplicados, quais protocolos de segurança devem ser seguidos e assim por diante.
· DevOps: A adoção de DevOps não mostra nenhum sinal de desacelerar em 2017. Para os não iniciados, DevOps é uma cultura e mentalidade direcionada ao desenvolvimento de software em que equipes de desenvolvimento e de operação colaboram, partindo da inteligência na execução de um aplicativo para informar e aprimorar o modo como o aplicativo é construído. Na realidade, espere que a cultura de DevOps permeie ainda mais as oficinas de TI à medida que os benefícios de uma abordagem simplificada de solução de problemas, remediação e experiência de usuário final aprimorada sejam cada vez mais procurados.
6 – TI híbrida: não apenas um conceito, mas uma realidade
De acordo com McKinsey Research, as empresas relataram planos de reduzir as cargas de trabalho localizadas em ambientes no local, movendo muitas cargas de trabalho para nuvem privada dedicada, nuvem privada virtual e provedores de infraestrutura como serviço (IaaS), e o esperado é que todos eles tenham taxas de adoção maiores nos próximos anos. Não há dúvida de que a TI híbrida é a realidade para a maioria das organizações hoje e no futuro próximo. E não apenas isso, o próprio centro de tecnologia está se tornando cada vez mais híbrido. Os profissionais de TI devem começar a pensar em gerenciamento em um contexto híbrido. Mas como é isso realmente na prática?
Em 2017, os líderes de empresas decidirão quanto a soluções específicas à medida que implementam a TI híbrida. Por exemplo, eles podem escolher usar Office 365â e Skypeâ for Business ao mesmo tempo que hospedam uma solução de gerenciamento de identidade, Active Directoryâ Federated Services, no local. Como alternativa, a nuvem comprovou ser a melhor plataforma para infraestrutura de área de trabalho virtual (VDI), oferecendo às organizações a flexibilidade e a elasticidade necessárias para provisionamento e remoção do provisionamento de desktops virtuais em massa. Ao migrar essa carga de trabalho para a nuvem, a organização pode aliviar seus profissionais de TI da necessidade de gerenciar essa infraestrutura diretamente e concentrar novamente os esforços em outros projetos no local.
Ao longo dos próximos anos, os departamentos de TI devem exercitar sua responsabilidade crescente de atuar como contato tecnológico para o gerenciamento dos negócios permanecendo informados e tomando decisões inteligentes no que diz respeito à nuvem, mesmo que a decisão seja não fazer nada no futuro próximo porque não há necessidade imediata de mudança. O fundamental é criar um mapa de TI híbrida que integre a adoção da nuvem baseada em carga de trabalho e em aplicativo para alcançar um data center mais ágil, disponível, escalonável e eficiente.
Bem, é isso: um pouco do que acreditamos que acontecerá no mundo da TI em 2017. Certamente não temos uma bola de cristal, mas acreditamos que esses palpites são bem seguros.
Fonte: CIO
Texto originais:
http://cio.com.br/tecnologia/2016/12/01/previsoes-para-2017-faas-conteineres-ti-hibrida-e-muito-mais/#sthash.Bbn8CMx4.dpuf