Convergência entre fintechs e bancos elevará dependência de serviços de TI

Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro

Convergência entre fintechs e bancos elevará dependência de serviços de TI

Muitas transações digitais realizadas atualmente ainda dependem de processos legados e podem ficar expostas devido à supervisão ineficiente.

Por: Antenor Paglione Júnior

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O surgimento de startups de finanças (ou fintechs, empresas que usam tecnologia para tornar os serviços financeiros mais eficientes) e de novas tecnologias transformadoras está mudando a forma de realizar serviços bancários e de fornecer serviços financeiros. Com o aumento no número de pessoas na América Latina com conta bancária, de 39% em 2011 para 55% em 2015, esta se tornou a nova região de interesse dessas startups.

A revista britânica The Economist relata que mais de US$ 25 bilhões foram investidos em fintechs no mundo todo nos últimos cinco anos, e que essas startups estão hoje desafiando os bancos em quase todos os produtos e serviços que elas oferecem.

Estimulados pela concorrência das fintechs, que estão introduzindo novas atividades do consumidor, como peer-to-peer lending (financiamento coletivo) e crowdfunding(financiamento colaborativo), os bancos estão cada vez mais recorrendo à tecnologia para melhorar seus processos e modelos de negócio e redefinir a experiência dos clientes. Muitos bancos estão começando a desfazer seus silos internos de negócios e tecnologias, migrando sistemas legados e de transações para soluções mais responsivas e explorando outras opções melhores de compartilhamento de dados dos clientes. Outros transferiram seus sistemas legados para a nuvem, fornecendo aos funcionários o acesso a uma ampla variedade de repositórios de dados.

Com essas mudanças, as instituições financeiras e os bancos terão que processar volumes maiores de dados. Muitos dos dados gerados são sobre as finanças e contas dos clientes, além de outros dados pessoais, que são controlados e podem ser classificados como informações sensíveis ou privadas.

Tecnologia blockchain

Muitas transações digitais realizadas atualmente ainda dependem de processos legados e podem ficar expostas devido à supervisão ineficiente, pessoal de gerência não treinado e certificados inadequados. Ao mesmo tempo, uma tendência importante que atinge a indústria financeira é que as opções de pagamento estão se tornando mais diversificadas e muitos bancos ainda tentam uma forma de desenvolver uma infraestrutura de processamento flexível.

A tecnologia blockchain parece promissora, pois oferece um sistema de arquivamento distribuído em que os bancos podem fazer cópias de um arquivo e concordar com as mudanças por consenso. O arquivo é composto por blocos, onde cada bloco inclui uma assinatura criptográfica do bloco anterior.

As transações realizadas com a tecnologia blockchainprometem acordos instantâneos, com segurança de criptografia e verificadas publicamente – tudo sem precisar de uma instituição financeira de confiança atuando como intermediária. Além disso, a tecnologia blockchain é mais segura, pois a natureza distribuída da transação verifica sua integridade. A transação é transparente e não pode ser alterada, tornando os ataques extremamente difíceis, ou impossíveis.

Porém, a tecnologia blockchain ainda não foi amplamente testada, e levará tempo para evoluir e atender a alguns dos requisitos mais sofisticados dos modernos instrumentos bancários. Além disso, faltam regulamentos e existem problemas de conformidade. Embora ajude a eliminar muitos processos de comercialização manuais, desatualizados e ineficientes, essa tecnologia traz aos bancos muitas questões relacionadas à segurança. Por exemplo, se uma tecnologiablockchain for utilizada para armazenar informações confidenciais de um contrato ou pagamento, então a cópia do arquivo poderia oferecer aos cibercriminosos mais oportunidades de exploração e roubo de dados.

Sempre alerta

As instituições financeiras e os bancos não podem afrouxar suas defesas ao adotarem novas tecnologias e soluções, e precisam proteger continuamente seus dados e renovar suas posturas de segurança. Além disso, devem desenvolver os mecanismos certos de defesa, incluindo capacidades de contra-ataque. Muitas instituições financeiras simplesmente terão que dedicar muitos recursos para melhorar sua conscientização e capacidade de segurança.

Os bancos hoje devem estar preparados para atender às demandas dos clientes com certa rapidez, adotando novas tecnologias, ferramentas e processos assim que forem disponibilizados. É necessário compreender como os regulamentos e a conformidade precisam evoluir para permitir inovações e mudanças apropriadas. Ao mesmo tempo, eles devem selecionar essas novas tecnologias e depois integrá-las à sua infraestrutura de TI.

Segurança mais adequada

Com o surgimento das fintechs, a segurança se tornará uma preocupação cada vez maior para os bancos, e elas terão sucesso somente se os dados tiverem proteção adequada. É fundamental que as instituições financeiras desenvolvam uma estratégia de segurança holística e que estejam preparadas antecipadamente para as tecnologias emergentes e suas ameaças à segurança. Elas precisam estar preparadas para identificar os riscos que ameaçam as informações dos clientes e desenvolver um plano que inclua políticas e procedimentos para gerenciar e controlar esses riscos.

Elas também devem adotar controles de segurança apropriados e consistentes e ajustar continuamente seus planos para que levem em conta as mudanças tecnológicas, o sigilo das informações dos clientes e as ameaças internas ou externas à segurança da informação. Elas devem modernizar sua defesa contra os ataques em tempo real e, ao mesmo tempo, garantir a proteção dos dados e a conformidade com as normas.

É impossível esperar que as instituições financeiras façam tudo isso sozinhas. Ao planejar suas estratégias de segurança, os bancos precisam de um provedor de segurança externo, que possa proteger seus aplicativos e fornecer treinamento e suporte para ter certeza de que o pessoal por trás dos aplicativos compreende a tecnologia.

Por fim, as instituições financeiras precisam ter a confiança de que seu departamento de TI e o provedor externo com quem trabalham têm a experiência necessária para migrar as políticas e os dispositivos de segurança da infraestrutura atual para as novas tecnologias e soluções.

Fonte: ComputerWorld

Texto original:
http://computerworld.com.br/convergencia-entre-fintechs-e-bancos-eleva-dependencia-de-servicos-de-ti