Democratizando o poder da informação

Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro

Democratizando o poder da informação

Um típico habitante da terra, naturalmente conectado em uma das muitas redes disponíveis, irá interagir 4800 vezes por dia com dispositivos conectados (1 interação a cada 18 segundos

Por: Carlos Armani Franceschi

O universo digital amplia-se velozmente. Em 2013, tínhamos algo como 4,4 trilhões de gigabytes no planeta, em 2020 a previsão é de que sejam 44 trilhões, dez vezes maior, em sete anos. No Brasil a previsão de crescimento é de 7,5, conforme recente estudo da IDC (International Data Corporation). O volume de informação digital gerado em 2010 (1.2 Zettabytes) corresponde a um “file” de um episódio da série “24 horas” sendo exibido continuamente durante 125 milhões de anos ou ainda a 707 trilhões de cópias de um livro com mais de 2 mil páginas cada, que, empilhados, iriam da Terra a Plutão e de volta 16 vezes, ou cobririam cada polegada dos Estados Unidos com papel em uma profundidade de 91,44 cm.

Com a veloz transformação digital da economia, teremos a consolidação da Era da Informação, pelo menos potencialmente. O volume de dados disponíveis sobre as diferentes realizações humanas, sejam artísticas, mercantis, familiares, afetivas (olha o tinder aí!) será praticamente infinito. As empresas que souberem transformar dados em informação, disponível, confiável, adaptável, classificável, terão enormes vantagens competitivas, gerarão maior valor aos seus clientes e maiores lucros a seus acionistas.

Dados de outro relatório da IDC, mostram que 53% das empresas já conseguem tirar proveito das análises preditivas, geradas por tecnologias como mineração de dados, Big Data e Business Analytics. Existe enorme interesse no valor que estes tipos de análises oferecem, com benefícios comerciais diretos. Por exemplo, aumentando a eficácia da promoção para produtos de consumo, com ações que atendem a necessidades quase que individualizadas e diretamente do consumidor final, sem interpretações, tendências, opiniões que definiam estas ações até bem pouco tempo atrás.

As organizações experimentam benefícios qualitativos, como a agilidade para gerar informações estratégicas, maior consistência na tomada de decisões e maior produtividade. Já existem ferramentas que permitem implantar soluções para Armazenagem de Dados Virtualizados quase que imediatamente, permitindo responder a questões de negócios de alta complexidade, aplicando-se análise preditiva e acompanhamento dos processos de painéis inteligentes, com a capacidade de realizar correções às suas decisões autonomamente, enquanto é executada a análise, em tempo real.

Suportada pela mineração de dados, a empresa pode melhorar seu desempenho em tempo real, combinando-se com técnicas como estatística avançada e modelagem de dados complexos e dinâmicos. Preparando-se para responder a perguntas previamente identificadas, ou a novas perguntas que os dados analisados levantam. É comum que, com a disseminação de ferramentas de armazenagem, análise e visualização de dados, as empresas tenham dados espalhados por diferentes sistemas e sob distintos conceitos de uso, impedindo que sejam geradas informações valiosas a partir destes recursos.

A oportunidade que se apresenta é de transformar esta quantidade gigantesca de dados em informações valiosas para o gerenciamento da organização, muito além das tradicionais informações de gestão financeira. Nesta nova fronteira, as informações financeiras devem ser combinadas, avaliadas e analisadas, em harmonia e consistentemente, em conjunto às informações de vendas, estoques, produção, qualidade e RH.

E a melhor novidade é que as novas tecnologias de virtualização, processamento e armazenagem na nuvem permitem, a empresas de todos os tamanhos, o acesso às soluções e benefícios da democratização do poder dos dados. O único requisito é ter o desejo de melhorar a gestão do negócio e obter informações das mais diversas fontes disponíveis, mesmo as não tradicionais, como redes sociais.

Business Analytics as a service reúne três conceitos-chave: 1) A infraestrutura, a tecnologia e o software devem adaptar-se ao tamanho e às necessidades da empresa; 2) Indicadores de processo consagrados, pré-concebidos, e modelos de gestão de negócios válidos para empresas de qualquer tamanho; 3) Uma implementação acelerada, em que as informações são ativadas e oferecidas ao usuário a curtíssimo prazo, promovida pelas novas arquiteturas, soluções e serviços, símbolos desta Era Digital .

*Carlos Armani Franceschi é Diretor Senior do gA Brasil

Fonte:Computer World

Texto original:
http://computerworld.com.br/democratizando-o-poder-da-informacao