14 habilidades não técnicas que todo profissional de TI precisa desenvolver
Empatia, espírito de vendedor, inteligência emocional; Desde as entrevistas de emprego, empresas valorizam as habilidades que podem diferenciar você de outros colegas ou concorrentes
Por: Paul Heltzel
Um relatório do LinkedIn conduzido com a consultoria Capgemini descobriu que mais organizações carecem das chamadas soft skills (quase 60%). A porcentagem é maior do que da carência das hard digital skills (51%) ou especializações.
Grandes companhias defendem que as primeiras habilidades são igualmente importantes em seu processo de entrevistas para avaliar as habilidades de comunicação.
Tendo isso em mente, conversamos com especialistas e gerentes de RH para produzir uma lista das soft skills mais procuradas nos profissionais hoje.
Se você é um candidato com alguma ou todas essas habilidades listadas abaixo, saiba que elas são pontos de discussão úteis na sua próxima entrevista de emprego. Caso contrário, a lista pode ajudá-lo a encontrar alguns pontos para melhorar.
1 – Espírito vendedor
Para aqueles que argumentam que todo o trabalho é essencialmente de vendas – de si mesmo, da missão da empresa ou de um projeto ou produto – essa é a habilidade mais importante de todas.
“A partir de um certo nível, independentemente de qualquer papel que você possa ter, você estará vendendo algo”, diz Jay Jamison, vice-presidente de estratégia e gerenciamento de produtos da Quick Base.
2 – Comunicação efetiva
Dave Smith, diretor sênior de engenharia de computação/rede/armazenamento da DigitalOcean, procura bons comunicadores. “Facilitar bons padrões de comunicação em uma equipe não apenas garante que o trabalho seja feito como também que a sua equipe seja de alto desempenho e feliz.”
Smith tem uma dica para avaliar as habilidades de comunicação de um candidato a emprego: peça-lhe para enumerar alguns pontos altos de sua carreira. Pontuam melhor aqueles que tiverem uma boa capacidade de Storytelling.
“Em vários estágios do processo de seleção gosto de fazer perguntas mais profundas e investigativas para conhecê-los melhor e ver o quão bem eles falam ao abordar assuntos que conhecem intimamente”, diz Smith.
3 – Capacidade de traduzir o jargão técnico
James Stanger, principal evangelista de tecnologia da CompTIA, valoriza a capacidade de converter o jargão profissional (no nossa caso, o jargão da tecnologia) em linguagem que tanto as pessoas de negócios quanto os consumidores entendam.
“Tenho dois valiosos colegas de trabalho que têm uma maneira estranha de abordar as coisas, fazendo declarações perfeitas e expressivas”, diz Stanger. “Não importa que às vezes eles possam ficar um pouco sarcásticos – é tudo muito divertido, e a abordagem deles tem uma pegada prática importante. Isso realmente ajuda todo mundo a discutir os requisitos técnicos e de negócios”.
4 -Mentalidade colaborativa
Equipes distribuídas estão em ascensão e a colaboração exige um esforço extra quando os colegas de trabalho estão espalhados e as pistas sociais que você pode encontrar no escritório não podem ser vistas no Slack, no e-mail ou em teleconferências.
“A maioria dos desenvolvedores trabalha em equipes, portanto, uma boa comunicação é crucial para colaborar e executar de maneira eficaz”, afirma Smith, da DigitalOcean. “Além disso, muitos engenheiros e desenvolvedores trabalham remotamente, por isso é vital que eles possam entender, comunicar e ter empatia com os membros de sua equipe, mesmo que não os vejam pessoalmente.”
5 – Empatia
Espera-se cada vez mais que equipes técnicas lidem com equipes de design, executivos e profissionais de marketing em todos os níveis de uma organização, diz Jeremy Auger, diretor de estratégia da D2L.
“Esses funcionários precisam das habilidades para poder apresentar suas ideias, gerenciar expectativas e colaborar com as partes interessadas com visões diferentes sobre o que deve ser possível”, afirma Auger. “A empatia é uma habilidade crítica, que na maioria das vezes separa o sucesso do fracasso. Embora tenha sido tradicionalmente considerada uma habilidade para a equipe de UX, os engenheiros aumentam seu valor quando trazem esse pensamento para a mesa.”
6 – A capacidade de colocar as coisas em contexto
Karen Hebert-Maccaro, diretora de conteúdo da O’Reilly, destaca a importância de equipes técnicas e não-técnicas que tentam entender os desafios umas das outras.
“Na minha experiência, são os indivíduos profundamente técnicos que valorizam os conjuntos de soft skills de seus líderes mais do que necessariamente é visto em indivíduos que trabalham em funções menos técnicas”, diz ela. “Muitas carreiras técnicas não são claras dentro das organizações. Como resultado, a orientação, um líder forte para inspirar e a habilidade de treinar são muito valorizados. O importante é que os líderes técnicos e não técnicos entendam o contexto em que suas equipes trabalham, os indivíduos dessas equipes e os desafios e motivações desses indivíduos. O contexto será diferente, mas a necessidade de inspirar, construir confiança, incutir paixão pelo trabalho e ser um agente de mudança é importante, independentemente da função. ”
7 – Atendimento ao cliente – mesmo com colegas
Os gerentes de TI estão à procura de pessoal que possa responder às necessidades de seus colegas de trabalho e de outros colegas não-técnicos, diz Adrienne McNally, diretora de educação experiencial do Instituto de Tecnologia de Nova York.
“Eles são essencialmente seus clientes”, diz McNally. “Isso significa apreciar diferentes tipos de personalidade e respeitar o tempo do cliente. Além disso, os profissionais de TI precisam pensar de forma criativa sobre como resolver problemas únicos que encontrarão no trabalho ”.
8 – A capacidade de fazer as perguntas certas
Há uma queixa frequentemente ouvida no mundo da TI: as pessoas de negócios não sabem o que querem. E, seja verdade ou não, a desconexão levou a muitos erros.
“Minha resposta é que as pessoas de negócios façam seu trabalho todos os dias – elas sabem o que querem e precisam. Portanto, provavelmente não estamos fazendo as perguntas certas”, diz Hettie Tabor, da Cox School of Business da Southern Methodist University. “Compreender como traduzir ideias de negócios em design técnico e poder discutir isso com o pessoal de TI e de negócios é uma habilidade valiosa e necessária.”
9 – Boa redação
A escrita é uma soft skill importante, porque é necessária em cada etapa, desde a concepção de um projeto até sua conclusão, diz Matt Wilgus, diretor de prática da Schellman & Co.
“Todo projeto de TI será concluído com a entrega, por exemplo, de um documento de projeto, uma apresentação, um relatório atualizada, etc. Sem as soft skills necessárias, a mensagem pretendida que está sendo expressa na entrega pode ser perdida”, diz Wilgus.
Além disso, erros de ortografia em um currículo podem eliminar rapidamente um candidato. Se houver erros em um currículo de duas páginas, qual é a probabilidade de que esse candidato possa produzir um relatório formal de duração mais substancial? Os candidatos devem esperar que as organizações solicitem algo por escrito, para avaliá-los nesse quesito”.
10 – Solução de problemas
Desenvolver uma atitude resolutiva é o que separa os bons dos grandes, diz Vincent Tran, membro adjunto do corpo docente em Ciência da Computação na Universidade Aurora.
“Se algo der errado, o que geralmente acontece em TI, precisamos encontrar soluções que funcionem para a organização”, diz ele. “Sempre há desafios inesperados e, com experiência em TI, podemos criar ferramentas e processos para resolver esses problemas com eficiência. Esses são os indivíduos de TI que são notados e se tornam altamente valorizados em uma organização. Da mesma forma que a análise de dados se tornou muito importante para muitas organizações, é também crucial identificar padrões e criar soluções intuitivas. ”
11 – Adaptabilidade
Jon Toelke, gerente sênior de aquisição de talentos da Paycor, diz que as organizações precisam de pessoal que entenda que a mudança é essencial para o trabalho de TI e que possa aceitar confortavelmente os desafios à medida que eles ocorrem.
“A maioria dos departamentos de tecnologia se movimenta com relativa rapidez e se movimenta a qualquer momento”, diz Toelke. “O trabalho que levou uma semana para ser realizado pode ser descartado quando uma nova solução é reconhecida. O candidato pode avançar ou retroceder sem angústia ou ressentimento? Preciso que o candidato tenha o desejo de concluir o trabalho da maneira como foi projetado, e não necessariamente do modo como ele acredita que deve ser feito. A codificação é frequentemente percebida como um problema de matemática, onde 2 + 2 sempre é igual a 4. Em muitos casos isso é verdade, mas o desenvolvimento é tanto uma arte quanto uma ciência ”.
12 – Controle do ego
A capacidade de deixar de lado as preferências pessoais e trabalhar o processo é fundamental, diz Toelke, que considera a habilidade crítica para construir e sustentar uma cultura.
“Uma soft skill importante é a capacidade de deixar o ego de lado”, diz Toelke. “Os tecnólogos podem ser particulares e, embora sua contribuição e criatividade sejam necessárias para conduzir decisões, precisamos que elas sejam unidas e gerem resultados, quando uma diretiva for estabelecida. Nas entrevistas com candidatos falamos sobre ego. A capacidade de deixar de lado as preferências e seguir o processo é importante. É relativamente fácil determinar quais candidatos acreditam que sabem todas as respostas e quais percebem que nunca podem ter todas as respostas. Nós não precisamos ou queremos alguém que tenha todas as respostas. Procuramos o candidato que tenha a base do conhecimento e a capacidade de girar e aprender, que pode perceber a fraqueza e se adaptar ao que é necessário ”.
13 – Inteligência emocional
A inteligência emocional “impulsiona a capacidade de ler os sinais das pessoas e reagir apropriadamente”, diz Kong Yang, “chefe geek” da SolarWinds. Ele considera a inteligência emocional como uma das várias habilidades sociais que ajudam a quebrar os silos e a atingir as metas de negócios. “É essencial para a sua adaptabilidade, comunicação e colaboração”.
Seu colega geek, Leon Adato, diz que ele adquiriu habilidades de escuta ativa, um componente da inteligência emocional, a partir de sua experiência como pai. E a habilidade se traduz bem no escritório.
“A escuta ativa é o processo de refletir não apenas o que você ouve a outra pessoa dizendo, mas também para validar e verbalizar os aspectos não técnicos da conversa”, diz Adato. “Esta é uma maneira de demonstrar inteligência emocional. Aproveitar essa técnica dá ao indivíduo a oportunidade de esclarecer, ao mesmo tempo em que demonstra que essa informação é importante para você pessoalmente ”.
14 – Conforto com incerteza
O relatório conjunto de habilidades digitais do LinkedIn-Capgemini mencionado acima também descobriu que, juntamente com a colaboração, o conforto com uma ambiguidade era considerado uma necessidade criticamente importante em TI.
“Muitas vezes há diferenças geracionais que precisamos ter em mente”, segundo o relatório. “A geração do milênio tem um enorme apetite por aprender, mas a resiliência e o trabalho na ambiguidade são frequentemente desafios para eles, enquanto os baby boomers podem ser mais resistentes a mudanças e lidar melhor com a ambiguidade. Conhecer sua força de trabalho e capacitá-los a aprender trazendo o aprendizado para onde estão… será fundamental para o sucesso futuro. ”
Fonte: IDGNOW
Texto Original:
http://idgnow.com.br/carreira/2018/06/30/14-habilidades-nao-tecnicas-que-todo-profissional-de-ti-precisa-desenvolver