Cinco exemplos práticos que provam que já vivemos no mundo do Big Data

Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro

Cinco exemplos práticos que provam que já vivemos no mundo do Big Data

Veja como o conceito está forçando as empresas a criarem novas estruturas corporativas para fomentar o processo de inovação.

Por: Bruno Mass

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Estamos vivendo a era do Big Data, em que a informação pode se tornar obsoleta em segundos, e os processos de comunicação e inovação fogem do nosso controle.

E com a expansão da Internet das coisas – IOT ‘Internet Of Things’ –, cada vez mais teremos aparelhos e sensores ligados na rede, transmitindo constantemente um grande volume de informações dos mais diversos tipos.

E esse processo inclui criação, inovação, e inúmeras tentativas e erros ao longo do processo. Além disso, o Big Data está forçando as empresas a criarem novas estruturas corporativas para fomentar o processo de inovação.

Mas o que exatamente é Big Data? E o que diferencia o Big Data do BI tradicional? Para responder à pergunta, passamos pela definição de Big Data: Trata-se de um conjunto de grande volume de dados, os quais podem estar estruturados ou não; e os quais podem ser complexos ou não; podem estar armazenados em algum SGBD ou simplesmente em um stream, sendo constantemente transmitidos.

O Big Data é baseado em 5 pilares – Os 5 Vs: velocidade, volume, variedade, veracidade e valor.

A velocidade se refere à grande agilidade com que os dados são produzidos: Para se ter uma ideia, desde 2012, cerca de 2,5 hexabytes de dados (2,5 x 10^18) foram produzidos pela humanidade todos os dias. Se dividirmos este valor por 86400, que é a quantidade de segundos em um dia, pode-se concluir que 29 terabytes de informação são produzidos a cada segundo – um número impressionante, mas que, segundo algumas estimativas, poderá ainda crescer muito com o aumento da IOT.

O volume diz respeito aos grandes volumes de informações: Cada pessoa em suas atividades usuais do dia a dia produz uma infinidade de informações que podem ser muito valiosas para a obtenção de valor, desde suas preferências musicais, sua localização durante os diferentes horários do dia, seu meio de transporte, os aplicativos que acessou, e até o restaurante que almoçou. Multiplique esta grande quantidade de informações por bilhões de pessoas conectadas à rede, e pode-se ter uma ideia do volume astronômico de dados que poderiam ser consumidos em potencial. Estima-se que o volume de informações produzidas dobre a cada 18 meses.

A variedade tem sua origem no grande diversidade de informações que podem ser úteis para a geração de valor: Desde o texto de uma opinião registrada em um site de reclamações, uma “curtida” em uma rede social, coordenadas de um GPS, upload de fotos e gravações em um aplicativo de mensagens instantâneas, até filmagens transmitidas em tempo real por um drone conectado à rede – Um dos maiores desafios de aplicações Big Data é justamente lidar com todos estes tipos diferentes de informações simultaneamente.

A veracidade faz referência à necessidade de se garantir que os dados são autênticos (com relação à fonte da informação) e que são verdadeiros naquele momento.

E o último “V”, de valor, representa o ponto mais importante quando falamos de Big Data. Nada dos conceitos e exemplos citados anteriormente faz sentido, se não for possível extrair valor dos dados – Nos projetos de Big Data, deve-se sempre definir muito bem a estratégia de obtenção de valor à partir das informações analisadas. Deve ser a principal prioridade – Se o projeto não atingir o objetivo de geração de valor esperado, estará fadado ao fracasso.

As diferenças entre Big Data e BI tradicional

Orientação temporal: De forma geral, o BI tradicional consiste em olhar para o histórico, ou seja, o passado dos dados. Este passado pode se tratar de anos, meses, ou dias, mas raramente mais recente que o dia anterior (D-1). Já quando olhamos para Big Data, os dados podem ser extremamente recentes (segundos, minutos, horas), às vezes até em tempo real.

Orientação analítica: Em projetos de BI, é muito comum tendências serem descobertas através de conceitos conhecidos e pré-estabelecidos, muitas vezes utilizando indicadores padrão de mercado, acompanhando a evolução com o passar do tempo. Decisões são tomadas com base em análises what-if com regras pré-definidas. Projetos de BI são, em geral, implementados para suprir necessidades de relatórios, respondendo a perguntas do tipo: O quê? Quanto? Quando? Onde?

Já no Big Data, apesar de ser possível utilizar indicadores padrão e modelos simples como o BI, na maior parte das vezes os algoritmos analíticos têm orientação preditiva, (preveem o que irá acontecer em cenários onde não é facilmente determinável) e prescritiva (recomendam o que fazer em cenários diversos e não previsíveis).

O Big Data procura responder a perguntas como: Por quê? E se? O que acontecerá? Como otimizar? As técnicas para chegar a estas respostas envolvem data mining, (identificação de padrões e relacionamentos entre variáveis), análises estatísticas, qualitativas e quantitativas, Testes A/B e multivariados, além de análise e modelagem preditiva.

Exemplos práticos famosos de Big Data

  1. Amazon.com – Aplicativo de e-commerce, um dos pioneiros na utilização de Big Data. Foi um dos primeiros a oferecer a opção “o que outros compraram também”, obtendo instantaneamente vantagem competitiva com relação a seus concorrentes;
  2. Google Now – Aplicativo que “aprende” sobre a rotina diária das pessoas, e sugere automaticamente meios de transporte, restaurantes, opções de entretenimento, entre outras coisas, baseando-se no comportamento individual de cada um;
  3. Waze – Aplicativo que analisa em tempo real a situação do trânsito das cidades, e sugere o caminho mais rápido, baseado no feedback dos usuários e de análises de velocidade de deslocamento informados automaticamente pelos dispositivos conectados;
  4. Netflix – Aplicativo que oferece filmes e séries online, e sugere automaticamente conteúdo a seus usuários baseado no que foi assistido anteriormente. Talvez o melhor exemplo de sucesso de Big Data, o Netflix passou a não somente oferecer sugestões de conteúdo similar, mas sim produzir conteúdo direcionado para as preferências das massas, de acordo com o que vem “aprendendo” ao longo dos anos.
  5. Governo americano – Apesar de muitas informações sobre o sistema do governo americano ainda serem secretas e não confirmadas, é de comum consenso entre especialistas que o governo americano possui um sofisticado sistema de análise de comunicações em tempo real. O sistema analisa as comunicações de redes sociais, redes telefônicas, e redes de transmissão de dados, buscando padrões e palavras-chave de “interesse”, e separa as mensagens “interessantes” para uma posterior análise mais detalhada ou análise humana. O objetivo do sistema é prevenir ataques terroristas e identificar padrões que indiquem quando um ataque estaria próximo de acontecer.

Fonte: ComputerWorld

Texto original:
http://computerworld.com.br/cinco-exemplos-praticos-que-provam-que-ja-vivemos-no-mundo-do-big-data