Especialistas debatem os cuidados na hora de divulgar um ataque cibernético

Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro

Especialistas debatem os cuidados na hora de divulgar um ataque cibernético

A decisão de registrar o ataque e como fazê-lo, considerando os impactos sobre a imagem da empresa, foi tema no Security Leaders, evento que acontece em SP.

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A conveniência de divulgar ou não um ataque cibernético, considerando os impactos da notícia sobre a imagem das empresas, foi tema do primeiro talk show do Security Leaders, evento latino-americano sobre Segurança da Informação, que vai até amanhã em São Paulo.

Na opinião de Fernando Zamai, estrategista de Segurança da Informação da Cisco, a empresa precisa sim relatar o ataque. “Muitas empresas estão aumentando consideravelmente seus departamentos de segurança, isso leva o amadurecimento para as companhias em geral”.

Já Alex Aguirre, diretor de segurança da BT, defende uma análise caso a caso, observando que os ataques cibernéticos são variados e acontecem de acordo com os setores da indústria que estão em mais evidência. “Quando ninguém reporta nenhum ataque, parece que a realidade é perfeita. Por isso é preciso ter um estudo detalhado do setor que foi atacado e diferenciar para quem, onde e por que comunicar esse ataque cibernético. De nada adianta fazer uma comunicação generalizada”.

O maior tabu quando se fala em ataque cibernético é como cliente vê a imagem da empresa depois que se comunica um ataque, diz Thiago Suzano, gerente LATAM de Arquitetura, Middleware e Technology Standardrs do McDonalds. “Sempre reforço que a educação no comportamento digital é muito importante na hora em que vamos reportar um ataque. Eu não posso impedir que o meu cliente entre na loja e não utilize o wifi e compartilhe as informações com outras pessoas.”

Anderson Mota, especalista de Cyber Intelligence do Citibank, ressalta que a questão de compartilhar e publicar um ataque é muito importante para os clientes. “Hoje demora cerca de sete meses para uma companhia saber que foi atacada – e quem reporta essa informação é uma empresa especializada. Por isso, devemos avaliar com muito cuidado o reporte da informação, como o banco vai tratar os dados se for atacado”, explica.

Na opinião de Rodrigo Jorge, gerente de Infraestrutura de TI e SI da ALE Combustíveis, as empresas, de um modo geral, não estão preparadas para fazer esses registros, embora eles sejam importantes para o amadurecimento corporativo. “É preciso ter um estudo específico, um departamento de comunicação preparado e estruturado para divulgar esse ataque e gerenciar uma futura crise que pode vir. O que falta é maturidade de gestão na hora de avisar que a empresa sofreu um ataque cibernético. Sem reporte não há crescimento.”

Nesse sentido, Salomão Oliveira, gerente de Governança de TI e Segurança da Informação da Brasil Kirin, os primeiros a serem avisados em caso de ataque cibernético são o usuário e o cliente. “O primeiro a ser afetado é o cliente, por isso ele deve ser o primeiro a ser comunicado. E é preciso saber diferenciar um ataque cibernético de um incidente.”

Congresso Security Leaders

O Congresso Security Leaders está em sua sétima edição, que inclui um evento paralelo sobre Crimes Digitais, com curadoria de Renato Opice Blum, advogado especializado em direito digital. A programação deve reunir três mil pessoas na sede da Fecomercio SP. Com o apoio do Sebrae, o evento terá pela primeira vez o Security SMB, com painéis e rodadas de debate com líderes de TI e negócios de Pequenas e Médias Empresas.

“Os ataques cibernéticos exigem novas estratégias de defesas. Esse é um assunto muito relevante que deve ser tratado com importância, pois mexe com as informações que fazem toda a diferença no dia a dia das empresas”, diz Graça Sermound, organizadora do evento.

Fonte: ComputerWorld

Texto original
http://computerworld.com.br/especialistas-debatem-os-cuidados-na-hora-de-divulgar-um-ataque-cibernetico