Indústria 4.0: agora o desafio é digitalizar o profissional

Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro

Indústria 4.0: agora o desafio é digitalizar o profissional

Para se pensar em Indústria 4.0, primeiro precisamos pensar em investimentos que estejam direcionados ao ensino das novas tecnologias digitais. Tornar o colaborador um especialista e não um mero realizador de tarefas

Por: Paulo Santos

industry40_266478947

A Indústria 4.0 é um conceito que engloba as principais inovações tecnológicas no campo da automação – aplicadas aos processos de manufatura. O conceito consiste basicamente no uso cada vez maior de sistemas cyber-físicos e da Internet das Coisas, responsáveis pelo compartilhamento de informações em tempo real, sensorização, automação e integração entre o homem-máquina. Entretanto, este conceito só se tornará realidade no Brasil quando estivermos prontos para, de fato, entendê-lo.

Vamos aos dados que embasam este meu raciocínio. Segundo pesquisa realizada em abril de 2016 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a principal barreira e desafio para a implementação da Indústria 4.0 no Brasil é a falta de conhecimento nas tecnologias digitais. Os empresários ainda não têm entendimento sobre as oportunidades que este processo trará para todos os ramos da Indústria, ou seja, implementação sem conhecimento é capaz de tornar uma tecnologia, por mais revolucionária que ela seja para o mercado – obsoleta.

Para se pensar em Indústria 4.0, primeiro precisamos pensar em investimentos que estejam direcionados ao ensino das novas tecnologias digitais. A digitalização precisa ter início dentro do próprio parque fabril, num processo constante de tornar o colaborador um especialista e não um mero realizador de tarefas. A Festo Didactic, por exemplo, é uma forma que encontramos de introduzir os conhecimentos sobre essa nova era, pois entendemos a necessidade de desenvolver o novo profissional para o ambiente da Indústria 4.0.

O especialista no futuro terá um perfil diferente do que ele tem hoje. Atualmente, o profissional realizador de tarefas possui uma função mais simplificada e cuida de funções específicas e contínuas. Agora, se pensarmos no profissional do futuro, totalmente acostumado à Indústria 4.0, o papel dele será o de um tomador de decisão e totalmente apto para melhorar os processos.

Outro benefício de se trazer conhecimento digital é que a relação do operador com o trabalho muda. Deixamos de ter o conceito de mão-de-obra, pois o operador passa ser um gestor de recursos. Ele usará sua capacidade intelectual e sua criatividade durante o processo para aperfeiçoá-lo. O operador passa a ter consciência da capacidade de influenciar positivamente o processo.

Para se ter uma ideia, dados divulgados pela Agência para a Energia (ADENE), revelam que além de aumentar a competitividade, a implementação da Indústria 4.0 prevê a redução do custo de manutenção de 10 a 40%, a redução do consumo de energia de 10 a 20% e o aumento da eficiência de 10 a 25%, baseado em países desenvolvidos como EUA e Alemanha.

Se trouxermos esta realidade para o Brasil, a educação para essa nova era deve começar antes de os profissionais entrarem no mercado de trabalho. Por isso, diversas academias de ensino, universidades e também o SENAI têm investido na atualização de seus alunos a respeito desse cenário.  Acredito que seja o momento ideal para que o Brasil comece a aplicar esses conceitos. Com a retomada do crescimento econômico no país surge a oportunidade de investir no que é novo de forma a atualizar o nosso parque industrial já nos moldes da Indústria 4.0.

Fonte: CIO

Texto original:
http://cio.com.br/tecnologia/2016/10/27/industria-4-0-agora-o-desafio-e-digitalizar-o-profissional/