Porque a Internet das Coisas implica em gerenciar contextos, e não dados.
São muitos dados oriundos de diversos dispositivos, de diversos locais, de diversos usuários, em diferentes períodos de utilização
Por Rodrigo Baptista
A primeira vista a Internet das Coisas pode parecer algo simples, dispositivos inteligentes para controlar consumo e manutenção, gerando dados essencialmente importantes para fabricantes. Mas há muito mais por traz disso.
São muitos dados oriundos de diversos dispositivos, de diversos locais, de diversos usuários, em diferentes períodos de utilização. Esses dados poderiam ser individualmente insignificantes, mas quando combinados podem revelar uma visão detalhada da atividade de cada consumidor. Tanto é assim que há um grande contingente de empresas que buscam, por meio do Big Data, obter uma visão sem precedentes de seus consumidores. E é inédito chegar nas vidas desses clientes dessa forma.
Os dados, agora tão abundantes, podem ser integrados, relacionados, segmentados e combinados. Temos novas formas de enxergar o cliente, produtos ou serviços com análises predivitas e prescritivas. Os dados finalmente convertem-se em informação relevante. Até uma simples torradeira poderá fornecer dados de horários de uso, duração e preferências de cada habitante! Somando esses dados coletados de dispositivos inteligentes, com os disponíveis nas mídias sociais e, aqueles dos sistemas já em uso pelas empresas e teremos inúmeras possibilidades de análise de informações.
O Big Data contorna silos, bancos de dados, sistemas e hierarquias; consolida dados a partir de variadas fontes, sempre assegurando precisão; requer atenção e recursos. A governança e a segurança dos dados serão fundamentais, bem como a infraestrutura especialmente requerida por força dos grandes volumes, acentuados pela já famosa Internet das Coisas.
E para a Internet das Coisas florescer, há ainda as questões relacionadas à privacidade. Das empresas será exigido um duro olhar para a estratégia de governança de dados e critérios para estabelecer a propriedade clara sobre diferentes conjuntos de informações, designando quem pode acessá-lo e quem pode modificá-lo. Monitorar dados de um fluxo contínuo para atender melhor um cliente pode soar mero esforço para conhecer melhor o cliente, porém deve passar de fato por uma análise criteriosa dos impactos que serão gerados.
Daqui pra frente, a Internet das Coisas se torna mais proeminente a cada dia. É um momento vibrante para empresas e consumidores,lembrando entretanto que há uma linha tênue entre informação contextualmente relevante e invasiva. Grande conhecimento vem sempre acompanhado de grande responsabilidade.
*Rodrigo Baptista é diretor de Vendas Brasil da Pitney Bowes.
Fonte: Computerworld
Texto original:
http://computerworld.com.br/porque-internet-das-coisas-implica-em-gerenciar-contextos-e-nao-dados