Precisamos de mais dados ou de dados mais ágeis?

Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro

Precisamos de mais dados ou de dados mais ágeis?

O valor real do Big Data reside na análise e interpretação humana, e não na imensidão de dados históricos registrados em computadores

Por: Daniel Lázaro

Uma série de artigos e relatórios recentes nos têm levado a acreditar que o “Big Data” está cheio de respostas ‘mágicas’, mas o real diferencial está em encontrar profissionais que interpretem os dados e criem um processo para traduzir quantidades realistas dos mesmos em ações acionáveis para o negócio.

Com o que o Big Data se parece?

Vamos começar com a pergunta: o “Big Data” se parece com o quê? Muitas pessoas imaginam o “Big Data” como sendo a maior planilha do mundo, com linhas infinitas e colunas preenchidas por grandes números. Em alguns casos isso é verdade. Os dados podem ser muito bem mantidos e organizados de forma numérica. Mas uma grande quantidade de big data é menos organizada e se parece mais com isso:

emojis_big_dataPara um ser humano que assistiu TV no início dos anos 80 esta mensagem de texto é imediatamente compreendida e bastante divertida. Na verdade, é uma forma híbrida emoji-SMS da música tema da abertura do Show do Bozo.

No caso de um computador, esta informação é mais difícil de ser compreendida. Computadores podem identificar com precisão padrões complexos de significância estatística que muitas vezes iludem os seres humanos, mas muitas vezes não conseguem entender nuances implícitas, padrões de diferentes fontes e, consequentemente, não identificam imediatamente coisas como a música mencionada acima.

Já os seres humanos são mais curiosos, fazem melhores perguntas e combinam dados aparentemente não relacionados para obterem percepções sobre um todo. Também são muito melhores na compreensão de mensagens ocultas na linguagem.

É por isso que, muito frequentemente, o valor real do Big Data reside na análise e interpretação humana, e não na imensidão de dados históricos registrados em computadores. Colocamos o Big Data (B e D maiúsculos) em um patamar mais elevado, mas se as empresas querem lucrar com isso, não devem investir em mais de um Iotabyte de dados, mas em analistas de dados.

O que é um analista de dados?

É um profissional que destrincha os dados e os transforma em cápsulas de insights ‘digeríveis’. Normalmente, trata-se de um computador-cientista-estatístico ou um híbrido de computador-cientista-matemático; que entende os componentes tecnológicos para a mineração de dados, mas também pode levá-los de volta a um laboratório para descobrir os segredos contidos neles.

Mais especificamente, os analistas de dados usam o poder dos dados para direcionar questões estratégicas e resolver questões complexas, como:

  • Onde é o melhor lugar para minha empresa expandir geograficamente?
  • Como nossa campanha irá repercutir em um grupo demográfico de 14 a 18 anos versus um grupo de 35 a 45 anos?

A capacidade desses especialistas em encontrar relevância estatística em dados complexos – muitas vezes a partir de múltiplas perguntas – faz seu trabalho ser tão importante para um empresário quanto a cotação do dólar para um economista. O analista de dados traz sentido à informação da mesma forma que a cotação de um dólar traz significado para uma moeda.

GRANDES DADOS não são tão úteis quanto DADOS RÁPIDOS

Alguns analistas de dados, no entanto, afirmam que a decodificação do mito Big Data não é a parte mais importante da análise. Sim, “Big Data” é um chavão que todos nós usamos, mas na verdade ele pode ser tão complexo que analisá-lo em detalhes não irá fornecer recomendações práticas para as corporações. O mais importante é olhar para insights repetitivos e analisar conjuntos de dados menores, de forma mais rápida.

“Dados Rápidos” dão às empresas sugestões em tempo real ou feedback numérico que podem gerar impactos tangíveis ao bottom line de uma empresa. Isso significa:

  • Execução de relatórios sobre conversões para anúncios pagos;
  • Medição de quantas interações um representante de vendas precisa fazer para envolver uma perspectiva em um ciclo de vendas ativa;
  • Determinação de quais mensagens contribuem para o aumento da velocidade do ciclo de vendas.

Existem maneiras de filtrar essas informações e impactar nossas decisões de negócios para bons resultados. As empresas, especificamente, irão ganhar mais vantagem com o uso de dados a partir da contratação de analistas de dados e, em seguida, concentrando-se em dados menores e mais acionáveis.

Fonte: ComputerWorld

Texto original
http://computerworld.com.br/precisamos-de-mais-dados-ou-de-dados-mais-ageis