Segurança cibernética durante a olimpíada preocupa autoridades
Estamos preparados para garantir segurança a todos esses usuários que vão estar aqui?
“No período dos Jogos Olímpicos, nós vamos ter um grande número de ataques de roubo de senha, de tentativas phishing e de usar cartões de credito de outros países. Temos que nos preparar para garantir segurança a todos esses usuários que vão estar aqui, inocentes ou não”, disse o diretor da Abin, Carlos da Silva, que participou nesta quinta-feira (17/9) de audiência pública na Câmara dos Deputados sobre a segurança cibernética de Estado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos.
A preocupação do a segurança cibernética durante o período da olimpíada é um tema que preocupa parlamentas e autoridades. A presidente da CPI, deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), quis saber quais são os desafios do governo brasileiro no enfrentamento a crimes cibernéticos especificamente em grandes eventos.
“No âmbito da Defesa, existe todo um planejamento voltado para a área de defesa cibernética e de outras temáticas. Estamos evoluindo agora para a segurança cibernética, que envolve outros entes e infraestruturas críticas, de energia e de transportes,”, disse o chefe da Divisão de Operações do Centro de Defesa Cibernética do Exército, coronel Paulo Roberto de Araújo Castro Vianna.
Segundo ele, a capacitação de pessoal e o desenvolvimento de tecnologias nacionais são preocupações constantes. Como ação efetiva, ele citou a criação do Centro de Defesa Cibernética (CDCIBER) para atuar em grandes eventos sediados no País, como a Rio+20, os Jogos Pan-americanos, a Copa do Mundo de 2014 e, bem breve, as Olimpíadas de 2016.
O Brasil contará com cerca de 200 especialistas, militares e técnicos atuando na proteção cibernética durante os Jogos Olímpicos de 2016, informou o Centro de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro (CDCiber).
Estão sendo feitos ajustes com base nas lições aprendidas nos eventos anteriores, mas sem mudanças profundas. O objetivo é que o trabalho seja feito “estendendo capacidades, aperfeiçoando processos e implementando particularidades resultantes dos requisitos específicos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos”.
Segundo o órgão, há o risco também de sites públicos e privados serem invadidos, pichados e até terem informações roubadas “devido ao baixo grau de maturidade em segurança da informação” de alguns sites.
Com relação às tentativas de phishing e roubos de senha, representantes do governo federal ligados às áreas de defesa e de segurança da informação concordaram que o componente humano pode ser decisivo no enfrentamento e no combate a crimes praticados pela internet.
Para o diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Segurança e das Comunicações (CPESC) da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Otávio Cunha da Silva, a proteção contra esses crimes depende 60% das pessoas, 20% de tecnologia e 20% de perseverança.
“Depende muito mais de educação para diminuir esse fosso que existe entre os usuários normais e os criminosos. Eles [os criminosos] vivem disso e a população precisa usar a internet”, disse Otávio Silva.
Muitas pessoas costumam clicar em links de e-mails e aceitar diversos aplicativos sem saber o que estão fazendo. “Você dá ‘agree’ concordando com o dispositivo sem perceber ou entender o que ele vai fazer na sua máquina”, disse Silva, defendendo que o usuário “inocente” precisa conhecer os perigos escondidos na internet.
Criptografia
Já o diretor da Abin, Carlos da Silva, destacou o empenho do CPESC em criar um sistema inviolável, para ser usado nas redes de comunicação e de informações do País. “Nossa expertise foi desenvolver nossa própria criptografia, que até se tornou uma palavra comum. Quanto mais se entender sobre isso melhor. Nós temos o privilégio de ter hoje centros que trabalham com isso”, reforçou Silva, citando aplicações exitosas do sistema, como na proteção dos dados das urnas eletrônicas usadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Fonte: IDGNow
Texto Original:
http://idgnow.com.br/internet/2015/09/17/seguranca-cibernetica-durante-a-olimpiada-preocupa-autoridades/